Os católicos do mundo todo vivenciam o luto da recente partida do Papa Francisco, ele que deixou um legado de humildade, serviço e disseminação do evangelho de Jesus Cristo, por 12 anos à frente da Igreja Católica Apostólica Romana. Para falar sobre sua trajetória e também entender a visão da Arquidiocese de Passo Fundo sobre o atual momento em que vive a igreja, a Vang ouviu o Arcebispo da Arquidiocese de Passo Fundo, Dom Rodolfo Luís Weber.
Em entrevista na manhã desta quinta-feira (24), o Arcebispo falou sobre os dois momentos em que esteve em contato com o Papa Francisco, sobre seu legado junto aos fiéis, o conclave e ainda fez uma reflexão sobre a politização que inevitavelmente ocorre no meio católico.
Dom Rodolfo conta que teve um primeiro contato com o líder da igreja, em 2016, quando foi nomeado arcebispo e recebeu das mãos dele o Pálio- símbolo de sua missão pastoral. Já, o segundo encontro com o Papa, ocorreu no ano de 2022, durante encontro do pontífice com os bispos do Rio Grande do Sul. “Neste encontro me marcou muito uma frase que o Papa nos disse: Eu faço aquilo que a igreja me pediu”. Ele quis dizer que buscou suas inspirações no evangelho, no próprio concílio da igreja e trouxe os temas para o tempo presente. Francisco conseguiu testemunhar o evangelho em palavras e estilo de vida. Ele teve essa característica bonita, valorizou o evangelho e também promoveu mudanças necessárias”
Sobre o conclave, o arcebispo destacou sua concordância com a forma de eleger o nome líder da igreja: “Normalmente a igreja tem eleito nos últimos séculos alguém entre os cardeais, que eu pessoalmente acho correto, porque afinal de contas são personalidades que já tem uma vida aprovada, já tem serviços grandes prestados a igreja, tem visão global da igreja, porque são o conselho permanente do papa”.
Dom Rodolfo ainda falou sobre a politização que ocorre neste momento de luto da igreja: “Sempre na história da humanidade se teve interferências políticas diretas dos governantes, como sempre tem, e até mesmo de religiosos que abraçam identificações políticas. E o que a igreja ensina: que são duas instituições que precisam manter a autonomia e a independência, mas é claro que se relacionam. Mas quando você transforma a religião num braço de um partido e de um governo, a história mostrou que é uma péssima opção, aí você entra em erros mais graves. A igreja como tal não quer ser um partido dentro do país”, destacou.
Você pode acessar a entrevista completa aqui.
Imagem: Arquivo CNBB
